Quarenta anos do Concerto para Bangladesh

    Foi comemorado no mês passado uma data importante para a música como é entendida hoje. Os quarenta anos do Concerto para Bangladesh, evento pioneiro nas causas humanitárias realizado em dois dias memoráveis no Madison Square Garden de Nova York, reunindo cerca de 40.000 pessoas.

    A idéia nasceu após alguns incidentes ocorridos no ano de 1.971 como o ciclone Bhola que atingiu extensa área do Paquistão e de Bangladesh. Existiu uma motivação política como a Guerra de Libertação de Bangladesh, do qual tornou assunto do músico Ravi Shankar. Influenciado pelo amigo, o ex-Beatle George Harrison grava uma música tratando dos problemas da região ("Bangla Desh"), mas decide ir além.

   George Harrison teve a iniciativa de chamar outros músicos para a causa e quase uma reunião após o término dos Beatles foi possível. Ringo Starr participou e aceitou na hora. John Lennon teria aceitado, mas a decisão de ir  foi interferida pela esposa Yoko Ono. Já Paul Mc Cartney rejeitou a possibilidade de uma reunião tão logo após a separação da banda.

George Harrison: pioneiro em causas nobres e quase conciliador dos Beatles

    Porém outros músicos aderiram a causa e alguns dos nomes dispensam apresentações. Bob Dylan, Billy Preston, Leon Russell e Eric Clapton engrossaram o elenco do evento que teve a abertura de Ravi Shankar. A presença de Eric Clapton foi notadamente como numa fase de total dependência química que refletiu em sua apresentação. Bob Dylan elevou sua voz ao cantar "Mr. Tambourine Man".

    O concerto chegou a arrecadar cerca de US$243.418,51, mas estima-se que a arrecadação pode ter sido maior, uma vez que parte do valor pode ter sido desviado pelo então empresário de George Harrison. As vendas do album e recentemente do DVD hoje são administrados pela UNICEF.

George Harrison canta Bangladesh

Helder Santos

Rock In Rio contra as drogas

A nova campanha publicitária do Rock In Rio

    Foi lançada agora no mês passado uma intensa campanha publicitária promovendo o evento Rock In Rio contra o uso de drogas. A idéia é mostrar que um festival de rock que normalmente tem a imagem ligada ao uso de entorpecentes, pode sim vender uma imagem saudável para a juventude. Com o slogan " Eu Vou Sem Drogas ",  foram feitos dois filmes publicitários. Um de um minuto e outro de 30 segundos.

"Eu Vou Contra As Drogas": músicos e atores globais unidos

        Entre os convidados para a causa, realmente nota-se uma mistura. Músicos do calibre de Milton Nascimento, Sandra de Sá ,Toni Garrido ( Cidade Negra ) e Herbert Viana ( Paralamas do Sucesso ), todos com vasta trajetória musical, dividindo microfone com outros músicos de estilos variados e recentes como Rogério Flausino do Jota Quest, Di Ferrero ( NX Zero ), Ivo Meireles ( esse realmente uma surpresa ) e Eduardo Falaschi ( Angra ). Esqueci alguém? Sim, a  musa e cantora de axé, Cláudia Leitte ( essa dizem, foi a primeira a chegar no estúdio ).

A bela atriz Paola Oliveira

    Se essa mistura artística pode parecer  um "churrasco com feijoada", a mistura não acaba aí. Ainda a causa une atores e atrizes da Rede Globo. Entre eles o também dublador Thiago Lacerda e sua esposa Vanessa Lóes, o ator Marcos Frota e a bela atriz Paola Oliveira. Juntos no estúdio todos vestiam camisetas com diferentes frases como " Sexo, Atitude e Rock'n Roll" ( alguém lembrou do programa da Fernanda Lima? ), "Sexo, Família e Rock'n Roll" ( meio Bolsonaro ) e " Sexo, Futebol e Rock'n Roll" ( Seria o "Brasileirão? CBF? Ricardo Teixeira? ).

    Mais uma vez o valor de uma campanha feita para o Rock In Rio não foi revelado. Sabe-se que há um "pool" de empresas patrocinando. Interessante ver que entre esses patrocinadores há uma marca de "fast-food" que investiu 15 milhões de reais no evento. Pra uma idéia de vida saudável pode-se contar com alimentos nunca lembrados em uma dieta? Vale a reflexão.

Rock In Rio - "Eu Vou Sem Droga"

Helder Santos