Especial do Rei

Especial do "Rei" Roberto Carlos: mais de 20 anos de emoções...

    Entra ano e sai ano os telespectadores fãs ou não sempre se perguntam que dia será, qual horário e como será o show especial de fim de ano do cantor Roberto Carlos. Não há dúvidas que existe uma admiração e uma espera por novidades justamente numa atração que não é exatamente nenhuma novidade.

    O Especial Roberto Carlos é um programa exibido pela Rede Globo de televisão desde 1.974 e desde então é exibido anualmente no período do Natal. O único ano não exibido foi em 1.999, ano do falecimento da então esposa Maria Rita. Desde então os especiais têm se mostrado mais como um tributo a amada.

Roberto Carlos e Maria Rita

  O Especial tem sido mantido fiel mesmo assim. Uma música inédita que seja, uma homenagem (aos caminhoneiros, as gordinhas, ao País...) é sempre acompanhado pelos grandes sucessos, clássicos como "Detalhes" não podem faltar e sempre talvez o momento mais esperado. Tem repetido por anos.

Especial do Rei: Roberto Carlos canta "Detalhes" no Maracanã

    Mesmo a repetição tem sido capaz de se renovar e de se adaptar ao momento musical. Claro que Roberto Carlos traz para o programa diversos amigos desde os tempos da Jovem Guarda como Erasmo Carlos e Wanderléa. Mas o programa procura trazer como convidados pro programa músicos consagrados que emplacaram sucessos durante o ano e também atores e atrizes da Rede Globo que emplacaram papéis durante o ano em novelas.

    Essa receita tem se mostrado infalível e o programa tem uma imagem tão identificada ao fim do ano como panetone no Natal, mostrando que o programa não envelhece, pois dá ao seu público exatamente o que ele quer. As boas novidades do ano e as músicas adoradas de sempre. Uma jogada de mestre que pode ser interpretada apenas por quem é Rei.

Helder Santos

O centenário de Noel Rosa

Noel Rosa: o samba desceu do morro para o asfalto

    Se estivesse vivo, o cantor carioca Noel Rosa teria completado no último dia onze, cem anos. Tudo bem que não é exatamente normal alcançar essa idade, mas a vida teria dado mais a Noel Rosa do que 26 anos para viver.

    Noel Rosa nascido no dia 11/12/1910 no bairro de Vila Isabel e vindo de uma família branca de classe média quebrou tabus predominantes da época. O estudante de medicina descobriu no samba e na noite carioca sua verdadeira vocação. De natureza boêmia, bebia e fumava com a mesma desenvoltura com que compunha.

    Noel Rosa provou que um branco de classe média poderia fazer um samba de qualidade. Que sua música podia subir o morro e fazer o samba descer o morro e vir para os bairros mais abastados. Grande amante de meretrizes e mulheres casadas, consolidou o que faltava para a fama de malandro.

Um de seus clássicos "Com que Roupa?" nasceu de uma discussão com sua mãe sobre seu modo de vida

Noel Rosa casou mas não teve filhos. Também pudera. Foi pai de mais de 200 músicas vivas na memória brasileira. Chegou a se mudar para Belo Horizonte, mas logo voltou para o aconchego de Vila Isabel onde a cerveja o esperava.

 No ano de 1.937 sua vida boêmia teve resultados e Noel Rosa adquiriu tuberculose, onde veio a falecer no dia 04 de março. No ano de seu centenário dá pra imaginar se Noel Rosa tivesse surgido nos dias de hoje. Acredito que ele seria um "Brahmeiro".

Helder Santos

Trinta anos do fim do sonho

John Lennon faleceu no dia 08/12/1980

    Acredito eu que ninguém em sã consciência gostaria de estar falando sobre os 30 anos sem John Lennon. Trinta anos do sonho que jamais voltará. Mesmo que John Lennon  estivesse vivo, George Harrison está morto e o " Fab Four " de Liverpool continuaria incompleto.

    Enquanto George Harrison era o mais experimental e o mais visto como músico, Paul Mc Cartney e John Lennon ocupavam uma dimensão maior, uma nítida influência na sociedade. Principalmente John Lennon, o mais envolvido em polêmicas por causa de suas atitudes e das mensagens de suas letras.

Mark Chapman: 55 anos, prisão perpétua. "O fim do sonho"

    Mensagens capazes de atrair milhões de fãs, inclusive o lunático fã Mark David Chapman que o matou desferindo cinco tiros sob o pretexto  de que John Lennon era " o traidor do sonho ". Que John Lennon não poderia se inclinar a uma música mais Pop e nem deveria viver de forma mais luxuosa.

    Infelizmente foram fãs como esse que não só John Lennon,mas muitos outros atraíram e e atraem. Há pessoas que esquecem que música tem dois propósitos básicos. Entreter e refletir. E dois tipos de música. A música boa e a ruim. Bandas são apenas a soma de talentos individuais. Nesse caso os Beatles e John Lennon. Parece óbvio, mas pra muitos parece ser difícil entender.

Reportagem do Jornal Hoje: o dia que o sonho acabou..

Helder Santos

A aventura solo de Jagger

"She's The Boss"; o primeiro album solo de Mick Jagger

    Após as gravações do album Undercover dos Rolling Stones pra variar o clima entre os integrantes estava de tempo fechado e Mick Jagger tomara a decisão de iniciar um projeto solo provocando ainda mais a ira do parceiro e guitarrista Keith Richards. O primeiro album de Jagger é antes de tudo uma reunião de amigos. Todos músicos convidados e de primeiríssima estrela.

  Lançado em 1.985 pela CBS Records e produzido por grandes produtores como Bill Laswell e Nile Rodgers, o album conta com a participação de músicos como os guitarristas Pete Towshend ( The Who ), Jeff Beck, além de Carlos Alomar e Herbie Hancock.

Mick Jagger - "Just Another Night"

  Três singles foram extraídos do album. O primeiro Just Another Night teve inclusive o vídeoclipe produzido no Brasil e mostrando o País como uma "Republiqueta das Bananas". O segundo Luck In Love segue a mesma receita. O terceiro Hard Woman é que muda de história. Feito em computação gráfica, o vídeo foi considerado o mais caro já feito até aquela época. Just Another Night ainda chegaria a ser 1º lugar na Inglaterra. She's The Boss foi o 6º album mais vendido na Inglaterra e o 13º mais vendido nos Estados Unidos naquele ano.

Mick Jagger no vídeo de "Just Another Night"

Helder Santos

O primeiro videoclipe brasileiro

    Logo após o término da banda Secos & Molhados ainda no começo dos anos 70, seu líder, o cantor Ney Matogrosso iniciava uma bem sucedida carreira solo. Em seu primeiro album solo chamado Água do Céu-Passaro de 1.975 marca todo o carisma e talento de Ney. É um divisor de águas. Não só porque traz o cantor em grande forma musical como também muda a forma conceitual de arte no Brasil.

   A imagem de certa forma transgressora em pleno período militar dá o tom do quanto foi importante esse trabalho no período. Ney Matogrosso usava em seu visual cabelos de macaco, cornos e pulseiras de dente de vaca. Extravagância? Ousadia? De tudo um pouco, a música "de trabalho" América do Sul foi a escolhida para ser lançada na TV no programa Fantástico e é o primeiro videoclipe a ser produzido no País e em cores.

Ney Matogrosso - "América do Sul

Helder Santos