the guitar world

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sexta-feira, 30 de julho de 2010

Os Meninos do Deserto



  É claro que o propósito da cerimônia de abertura da Copa do Mundo na África do Sul foi a diversão, mas também teve o propósito de divulgar o continente sua faceta mais moderna e trazer sua música para a inclusão do universo da música Pop. O resultado foi melhor impossível. Hoje o mundo sabe que há música Pop seja na África do Sul, no Egito ou mesmo em Mali.


  Que o diga a apresentação da banda Tinariwen, banda nascida no norte de Mali em 1.979. Sua história é bem curiosa e começa na infância de seu líder Ibrahim Ag Albhabib. Logo aos 4 anos Ibrahim viveu uma tragédia pessoal com a perda de seu pai, fuzilado por rebeldes da região. Órfão, passou a ter vida nômade e aos 9 anos "ganha" sua primeira guitarra. Na verdade o material de sua guitarra era um latão com um pedaço de pau e as cordas eram arames de freio de bicicleta.


  Ibrahim se uniu a outros tuaregues ( habitantes do deserto ) e fundou o Kel Tinariwen ( traduzindo algo como "Meninos do Deserto" ). Os integrantes vieram de partes da Libia e Argélia, porém em 1.980 a banda respondeu a convocação militar do regime Líbio e deixaram a música pra segundo plano.


    O Tinariwen rumo ao sucesso



   

    O Tinariwen viveu sua fase militar até 1.991 quando a partir dessa data adotaram o nome que é conhecido desde então. Graças a presença  constante em festivais de música por todo o norte africano, o Tinariwen começou a ganhar notoriedade internacional e a França serviu como portão de embarque para sua música chegar ao Ocidente. A essa altura músicos do calibre de Santana, Rolling Stones, Led Zepellin e Peter Gabriel já focavam seus ouvidos ao som dos tuaregues. 


Apresentação do Tinariwen na abertura da Copa


  O reconhecimento não só do meio musical, mas de público veio no ano de 1.998. Em 2.001 o Tinariwen lança o album The Radio Tisdas Sessions, o primeiro com sucesso consolidado. Mais recentemente foi lançado o album Imidiwan de 2.009. Esperamos que o Tinariwen continue seu trabalho e continue colhendo seus frutos, pois estamos vivendo safras cada vez mais áridas de boa música e que essa boa surpresa não seja só um oásis no deserto.



Helder Santos

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