the guitar world

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sexta-feira, 12 de outubro de 2018

Moa do Katendê

Moa do Katendê: vítima do extremismo político


Romualdo Rosário da Costa era o nome do artista Moa do Katendê. Brasileiro, baiano de Salvador era reconhecidamente como mestre de capoeira,  educador, percussionista e compositor que era conhecido no Estado da Bahia. Mas Moa do Katendê era bem mais que isso. Sua importância se estendia na medida que vai se conhecendo seu envolvimento no cenário cultural local.

Moa do Katendê era mais conhecido como capoeirista, mas na música foi adquirindo importância desde 1.977 quando compôs a música "Bloco Beleza", música vencedora de um festival na interpretação do bloco Ilê Aiyê. O título rendeu uma turnê pela Europa. No ano seguinte no dia 13 de maio ( data da Lei Áurea ), cria o grupo de  afoxé, o Badauê.




Moa do Katendê sempre foi purista na arte. Defendia a africanização da música baiana frente a pasteurização Pop que essa tomou visando sucesso comercial.  Em 1.995 funda outro grupo de afoxé chamado Amigos do Katendê, grupo que mantém intercâmbio com o Estado de São Paulo. Desde então tornara-se uma importante referencia das tradições afro-baianas a nível nacional.

Isso até o último dia 07/10 quando uma discussão política colocaria um fim em sua vida. Primeiro turno eleitoral, Moa do Katendê pronunciou-se a favor de um candidato frente a um simpatizante do candidato concorrente. A discussão foi encerrada por 12 facadas. O mestre de 63 anos, o menino de 8 que cresceu no terreiro Ilê Axé Omin Bain, falecera. A polarização da já conturbada política brasileira escreve mais um lamentável capítulo.


Entrevista com Moa do Katendê



Moa do Katendê - "Festa da Magia"






Helder Santos


terça-feira, 9 de outubro de 2018

Jazz Jamaica

Jazz Jamaica: fusão com o reggae


Em 1.991 um músico inglês relativamente conhecido chamado Gary Crosby resolve iniciar uma nova fase para sua carreira. Baixista, compositor, arranjador e educador de Jazz ganhou fama ao integrar a banda Jazz Warriors nos anos 80. Com descendência jamaicana, decide por um novo projeto que remetesse suas raízes. Nasceria então, o Jazz Jamaica.

Os anos 90 foram férteis para o chamado Jazz Fusion. Valendo-se de ritmos como o ska e o reggae, o Jazz Jamaica servia como porta de entrada para jovens músicos jamaicanos ingressarem no mundo do Jazz e terem a oportunidade de mostrar seus talentos. Em 1.999 com a adição de tantos músicos passou a exercer o status de big band.


Jazz Jamaica: vitrine para jovens músicos


A banda passa a ser conhecida como Jazz Jamaica All Stars. Com a banda tendo um total de vinte integrantes, a ponto de ter cinco saxofones, quatro trompetes e quatro trombones, a banda começa a ter reconhecimento na mídia especializada. Em 2.002 conseguem importante prêmio de melhor banda de Jazz no BBC Jazz Awards.

De 93 pra cá a banda lançou quatro álbuns. Não foram muitos, mas a visibilidade deles permitiu que o grupo fosse um dos grupos preferidos do Reino Unido. O último álbum "Motorcity Roots" de 2.005 trazia vários clássicos da gravadora Motown com roupagem nova. A boa aceitação permitiu ao grupo que fizesse uma grande turnê pela Europa.


Jazz Jamaica - "You Don't Love Me"





Helder Santos

sábado, 15 de setembro de 2018

Mawaca

Mawaca: grupo brasileiro de World Music


O grupo é brasileiro, mas podia ser de qualquer parte do mundo. Isso porque o grupo Mawaca tem o firme propósito de percorrer sonoridades de vários países do mundo e ainda ser brasileiríssimo. O Mawaca faz um trabalho de pesquisa, buscando sons de várias etnias e suas músicas são cantadas em mais de dez idiomas. A riqueza cultural com que é escolhido em seu repertório faz jus ao rótulo de banda de World Music.

O Mawaca veio de São Paulo e já tem vinte e um anos de carreira. Nesse tempo foram lançados sete álbuns e três DVDs. O nome "Mawaca" significa "cantores-xamãs" segundo a etnia hausa do norte da Nigéria. Os integrantes do grupo acreditam que proferir a palavra serve para atrair o poder dos espíritos. 




Figurinos e coreografia são outros detalhes que o grupo leva muito a sério. O grupo se caracteriza pela presença de sete mulheres cantoras. Apesar disso, não se trata meramente de um grupo vocal. Um grupo instrumental acústico as acompanha e chama atenção pela variedade de instrumentos de percussão como uso de tablas indianas, derbak árabe, djembés africanos e pandeiros do Maranhão.

Contando já com uma bagagem internacional, o grupo se destaca como um sucesso de crítica. Seu talento é amplamente reconhecido no meio musical e na imprensa especializada. Em termos de Brasil, um momento importante foi a presença no Rock In Rio de 2.001, na Tenda Raízes,sem dúvida uma vitrine para ser conhecido também no exterior.


Mawaca - "Asurini"


Mawaca - "Dumbala"






Helder Santos



segunda-feira, 3 de setembro de 2018

O disco de ouro de Carl Sagan

Carl Sagan e o disco de ouro da Voyager 


Também conhecido como o Disco de Ouro da Voyager. São discos que foram colocados a bordo das naves Voyager I e II. Datado no mês de setembro de 1.977, período de lançamento, a NASA previa que as naves percorressem o cosmos rumo além das fronteiras do Sistema Solar levando como conteúdo mensagens que transmitissem a vida da Terra em esperança de que pudesse ser encontrados por vida alienígena.

O conteúdo foi minuciosamente escolhido e mixado pelo renomado cientista Carl Sagan e um comitê da NASA. Cerca de 115 imagens e diversos sons como sons naturais referente ao clima, sons ligados a fauna, sons de atividade industrial ou mesmo sons em forma de saudações em diferentes idiomas foram gravados.


Disco de Ouro da Voyager em processo de produção


O disco é feito de cobre banhado a ouro e o uso de urânio-238 foi feito como proteção na capa do disco. A expectativa da duração do urânio-238 é que seja de bilhões de anos. Em setembro de 2.013 a NASA divulga oficialmente que a Voyager I cruza a fronteira interestelar. Acredita-se que atualmente a Voyager I esteja a 19 bilhões de quilômetros do Sol.

E a música do nosso mundo azul não foi esquecida. Há registros de muita música étnica, bem como a obra de gênios da música clássica como Bethoween, Mozart, Bach e Stravinsky. A música Pop foi representada por "Johnny B. Good" de Chuck Berry. Carl Sagan queria incluir também "Here Comes The Sun" dos Beatles, mas a gravadora da banda EMI não autorizou.


O cientista norte-americano Carl Sagan



Algumas das músicas a bordo da Voyager 1





Helder Santos

domingo, 19 de agosto de 2018

Lampião e o Xaxado

Virgulino Ferreira, o Lampião: pai do Xaxado


Lampião foi o conhecido cangaceiro que trilhou pela década de 20 com seu bando pela caatinga nordestina, praticando assaltos e espalhando certo terror pelo sertão que causavam confrontos diretos com autoridades da região. Apesar de alguma discordância, Lampião teria sido também o criador de um dos ritmos musicais mais populares da região do Nordeste. O xaxado.

O xaxado em seu início era usado pelo bando de Lampião como uma celebração pra cada feito bem sucedido. Uma dança em fila indiana, arrastando-se os pés, puxando versos agressivos contra os  inimigos e de versos de heroísmo as façanhas realizadas. Sem mulheres, a presença feminina era representada pelo rifle. Isso mudou quando Lampião conheceu Maria Bonita.


Com mulheres no  bando de Lampião, o xaxado ganha outra importância


Maria Bonita se tornaria a companheira de Lampião até o último dia de ambos e de seu bando. A presença de Maria Bonita fez com que outras mulheres se ajuntassem. Isso fez o xaxado ser ainda mais musical. Nas celebrações dos bandos de Lampião, novos elementos como o uso de sanfona, triângulo e zabumba foram sendo incorporados e após a morte do bando ser conhecido pelo interior pernambucano.

Anos mais tarde, já nos anos 40, um músico pernambucano ajudou a difundir o xaxado para as outras regiões do Brasil. Luiz Gonzaga, quando ainda não era o "Gonzagão" e muito menos o "Rei do Baião" era tido como o "Rei do Xaxado" em suas primeiras gravações. Na época, Luiz Gonzaga percorria os Estados do Nordeste e em seus shows quem abria era uma cantora pernambucana chamada Marinês que se tornaria a primeira "Rainha do Xaxado".


Luiz Gonzaga


Luiz Gonzaga - "Olha a Pisada"


Luiz Gonzaga ao lado de Marinês


Marinês - "Assim Nasceu o Xaxado"








Helder Santos

sábado, 4 de agosto de 2018

Musas dos Anos 70 - Parte 1

Anos 70

Uma sociedade em transformação. Todas as conquistas femininas que afloraram nos anos 60 vieram a expandir-se ao longo dos Anos 70. Uma nova imagem da mulher, mais participativa e emancipada se enquadrava a partir dos anos consequentes do movimento hippie. Agora podia-se ter mais liberdade, podia se sentir mais sensual e podia-se viver o amor livre.

Não por acaso as astistas do mundo da música passam a ser vistas como mulheres desejadas e desejáveis. Um caminho de mão única que foi acelerada pela evolução da música Pop principalmente através da  Disco Music. A presença dessas mulheres vieram a ser referência a todas que vieram a seguir.


01. TINA TURNER


A conturbada relação de Tina Turner e Ike Turner fez com que ela desse uma grande volta por cima. O rompimento do casamento e da pareceria rendeu uma carreira solo a nível estelar. Nos anos 70 já estava a caminho em Hits como "Acid Queen"




















Tina Turner - "Acid Queen"





02. DIANA ROSS


Diana Ross encontrou nos anos 70 seu brilho próprio após dividir os palcos nos anos 60 com trio vocal The Supremes. Sua voz e carisma fizeram dela uma colecionadora de Hits e ser a menina dos olhos da gravadora Motown. Era considerada a "segunda mãe" do cantor Michael Jackson



















Diana Ross - "It's My Turn"






03. DONNA SUMMER


Donna Summer foi e é o maior ícone criado pela Disco Music. Pelas mãos do produtor Giorgio Moroder ela desfilou pelas pistas de dança sucessos que se estenderam até o fim dos anos 80 ainda com vigor



















Donna Summer - "Last Dance"






04. AGNETHA FALTSKOG


Ao lado de Frida, ela dividia os vocais do grupo ABBA, quarteto sueco responsável por um considerável número de sucessos que arrebataram as paradas e as pistas de dança até o começo dos anos 80





















Abba - "Mamma Mia"





05. CHER


Cher sempre foi um pouco de tudo. Uma mistura de cantora, atriz, apresentadora e diva. Dona de uma versatilidade incomum, os anos 70 a serviu como uma transição para a sua música folk vinda dos anos 60 para a Disco Music









Cher - "Take Me Home"





06. OLIVIA NEWTON-JOHN


Cantora inglesa criada na Austrália, passou a carreira com pouca visibilidade até a trilha sonora de "Grease" , filme que participou com John Travolta em 78. Depois teve grande sucesso até a primeira metade dos anos 80












Olivia Newton-John - "A Little More Love"





07. CHAKA KHAN


Despontou no final da década ao lado da banda Rufus como uma grande voz de ritmos como funk, soul e R&B














Chaka Khan - "Do You Love What You Feel"






08. GLADYS KNIGHT


Outra cantora que veio a conquistar a fama apoiada em uma banda. Gladys Knight & The Pip fazia uma música com influências do soul e do gospel
























Gladys Knight - "Midnight Train To Georgia"





09. TINA CHARLES


Provavelmente a européia de maior sucesso na Disco Music. A inglesa Tina Charles compôs músicas de enorme sucesso do gênero como "Dance Little Lady Dance" e "I Love To Love"















Tina Charles - "I Love To Love"





10. MAYTE MATEOS


Ao lado de Mendiola Maria faziam a dupla espanhola Baccara. Tiveram um Hit instantâneo na Disco Music "Yes Sir, I Can Boogie"















Baccara - "Yes Sir, I Can Boogie"





11. CHARO


A divertida Charo é outra espanhola a conseguir uma música de sucesso na Disco Music. É dela a música "Dance A Little Bit Closer"






















Charo - "Dance A Little Bit Closer"






12. YVONNE ELLIMAN


Atriz e cantora americana que ganhou destaque participando do filme Jesus Christ Superstar. Responsável também por fazer trilhas sonoras de outros filmes ao longo da década













Yvonne Elliman - "Love Me"





Helder Santos



Musas dos Anos 70 - Parte 2

13. DALIDA



Dalida foi uma cantora e atriz francesa com raízes na Itália e no Egito. Falando com fluência dez idiomas, ficou evidente que levou a diferentes formas de interpretar para sua música desde os anos 60, ora romântica, ora dançante. Teve parcerias interessantes como um dueto com o ator Alain Delon em "Paroles, Paroles"




















Dalida - "Ti Amo"





14. LULU


A carreira dessa escocesa teve seu auge nos anos 60, mas mesmo nos anos 70 seu nome ainda esteve em alta ainda mais cantando em trilhas sonoras de filmes que foram sucesso de bilheteria como "007 Contra O Homem Com A Pistola De Ouro"












Lulu - "To Sir ( With Love )"





15. BONNIE TYLER


Cantora britânica de carreira bem sucedida a partir da segunda metade da década até meados dos anos 80 e se destacava pela sua voz rouca. No Brasil ela é bem conhecida por ter feito um dueto com o cantor Fábio Jr.


















Bonnie Tyler - "It's A Heartache"





16. KIM CARNES


Kim Carnes é vista como uma espécie de "Bonnie Tyler americana" pela mesma razão de se destacar pela voz rouca, o apelo Pop similar de suas músicas e o período de sucesso da carreira de ambas. Mas a carreira de Kim é mais antiga, tendo início no começo da década






Kim  Carnes - "More Love"




17. RITA COOLIDGE


Cantora e atriz americana que percorreu os anos 70 e 80 com muito sucesso graças a uma boa quantidade de Hits que emplacaram nas paradas. Descendente de índios da tribo Cherokee, sua carreira foi marcada também por várias parcerias






Rita Coolidge - "We Are All Alone"






18. CAROLE KING


Cantora, pianista e guitarrista.. A cantora americana Carole King alcançou a fama no ano de 1.971 com o álbum "Tapestry" que teve êxito extraordinário ficando entre os álbuns mais vendidos por seis anos




















Carole King - "It's Too Late"





19. LINDA RONSTADT


O que chamava mais a atenção em Linda Ronstadt era a sua capacidade de adequar sua interpretação a diferentes gêneros musicais. É uma cantora que em toda sua carreira foi marcada por colaborações nas obras de outros artistas





















Linda Ronstadt - "Track Of My Tears"






20. JUICE NEWTON


Cantora country americana que veio a ter seu auge somente entre o fim dos anos 70 e o começo dos 80. Mas desde o começo da década Juice Newton já gravava álbuns. Um caso de sucesso um pouco tardio





















Juice Newton - "Angel Of Morning"





21. STEVIE NICKS


Não é por menos que hoje Stevie Nicks é apontada como uma das maiores cantoras de todos os tempos. Integrante do grupo Fleetwood Mac, ingressou quando este ingressou em sua segunda fase. Mais Pop, mais comercial e ainda assim de canções ainda mais inesquecíveis




















Fleetwood Mac - "Dreams"





22. NANCY WILSON


Nancy Wilson é a segunda voz da banda de hard rock Heart. Ao lado da irmã Ann Wilson ela é a principal guitarrista da banda e mesmo em um meio predominantemente masculino como os anos 70, sua qualidade como guitarrista a inclui como uma das grandes da história do rock



















Heart - "Dreamboat Annie"





23. ANNIE HASLAM


Annie Haslam pode-se dizer que levou a sua banda, a  banda inglesa Renaissance ao patamar das bandas de primeira  linha do rock progressivo como Yes, Gentle Giant e Emerson, Lake & Palmer. Mesmo ao seguir carreira solo manteve-se como um ícone do gênero




















Renaissance - "Forever Changing"





24. KATE BUSH


Kate Bush sempre foi uma cantora a frente de seu tempo. Mesmo tendo surgido ainda bem nova em 1.978 mostrou-se uma artista de repertório atemporal. Acolhida pelo rock progressivo através de David Gilmour do Pink Floyd, sua obra é a que tem maior legado, influenciando artistas mesmo nos dias de hoje
















Kate Bush - "The Man With The Child In His Eyes"





Helder Santos