the guitar world

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terça-feira, 24 de dezembro de 2019

Lili Marleen

Lale Andersen: a primeira cantora a cantar "Lili Marleen"


"Lili Marleen"  se originou como um poema escrito em 1.915 por Hans Leip , um professor de Hamburgo que havia sido recrutado pelo Exército Imperial Alemão. Lili era uma namorada de um amigo e Marleen era uma enfermeira. O poema publicado em 1.937 levava o longo título de " A Música de Um Jovem de Vigia" e continha três versos.

O poema tornou-se uma música em 1.939 nas mãos do compositor e arranjador  alemão Norbert Schultze. A interpretação ficou para a cantora Lale Andersen. Sua interpretação alcançaria sucesso somente em 1.941 quando tocou com frequência na estação de rádio das forças armadas alemãs na Iugoslávia ocupada.
Na voz de Lale Andersen a canção Lili Marleen se tornaria popular inclusive nas tropas aliadas.


"Lili Marleen" na voz de Lale Andersen


Estima-se que ela ganhou um disco de ouro por mais de um milhão de cópias vendidas. Após um período da Segunda Guerra a música foi proibida de ser tocada por imposição das tropas nazistas e Lale Andersen impedida de se apresentar por nove meses. O ministro Joseph Goebbels mudara de ideia, permitindo a tocar, mas que ela tivesse uma versão militar nos arranjos.

A música tornou-se obrigatória na audição dos militares alemães e dos soldados aliados, além de servir como propaganda governamental. Em 1.944, penúltimo ano da Segunda Guerra, a libertação de Belgrado estava próxima quando o Escritório de Serviços Estratégicos Americano utilizou-se da canção para desmoralizar as tropas de Hitler.


"Julgamentos de Guerra" traz Lili Marleen a Hollywood


Para a versão americana valeu por contar da presença da atriz alemã radicada na América Marlene Dietrich. Diva e musa de Hollywood, Marlene Dietrich por vezes cantava e emprestou sua voz para gravar "Lili Marleen" ainda em 1.944. Ciente da finalidade da gravação sua versão foi executada para a audição das tropas aliadas.

Em 7 de setembro de 1.945 Marlene Dietrich lança em formato de um compacto intitulado "Symphonie" contendo "Lilly Marleen". Em 1.961 foi protagonista do filme "Jungment At Nuremberg" ( "Julgamentos de Guerras" ), onde faz uma performance da música. Um filme foi feito em 1.981 com o tema "Lili Marleen" feito pela Alemanha. Drama que mostra um romance proibido tendo a Segunda Guerra como pano de fundo protagonizado pela atriz Hanna Schygulla.


"Lili Marleen" o filme de 1.981


"Lili Marleen" na voz de Marlene Dietrich





Helder Santos

segunda-feira, 23 de dezembro de 2019

Ningen Isu

Ningen Isu: o "Black Sabbath" do Japão


Ningen Isu é uma veterana banda de Heavy Metal japonês que somente há pouco tempo vem conquistando o espaço que realmente merece. Formada nos anos 80, em 1.987, na cidade de Hirosaki, o trio Ningen Isu ( que traduzindo significa algo como "cadeira humana" ) foi assim batizado inspirado em um conto de 1.924 do escritor japonês Edogawa Rampo.

No fim dos anos 70 inspirados em álbuns de bandas como Kiss, Saxon e Judas Priest, os colegas de escola Shinji Wajima e Ken-Chi Suzuki se juntam para compor e dois anos depois formam o grupo Shine Shine Dan que percorre por apresentações em festivais de música até 1.985 quando se aprofundam em temas literários, provocando mudanças em seu som.




As mudanças modificaram também o nome da banda, rebatizada como Ningen Isu em 1.987 que também foi um ano importante onde ganharam certa popularidade. A fama proporcionou o lançamento do primeiro álbum. Um álbum homônimo lançado em 1.990. Ao longo da década seus álbuns vieram quase que anualmente quando em 2.004 a banda sofre outra mudança.

A entrada do atual baterista da banda Nobu Nakajima. Sua presença fez a banda se ligar ainda mais à literatura. A nítida influência de bandas como Black Sabbath fez a banda ser convidada a tocar no Ozzfest 2,013, evento promovido por Ozzy Osbourne. Banda que veio a ser conhecida, reconhecida e querida no Japão através do anos com toda a sabedoria oriental, se prepara agora para 2.020 para a sua primeira turnê mundial.


Ningen Isu - "Heartless Scat"


Ningen Isu - The Colour Out Of Space"





Helder Santos

The Hu

The Hu: metal da Mongólia para o mundo


As vezes no reinado do Heavy Metal acontecem surpresas. As vezes surgem bandas com propostas surpreendentes capazes de questionar se a soma das sonoridades são capazes de funcionar. A banda The Hu é uma dessas com o benefício de trazer um ar inovador para o mais pesado dos gêneros do rock.

Isso muito por conta de sua origem. Surgido ano passado na Mongólia, o trio que forma o The Hu veio da capital Ulan Bator. O que torna a banda de diferente de inúmeras bandas do gênero é o fato de misturarem o Heavy Metal com a música folclórica mongol, fazendo uso de instrumentos comuns usados no país.




Instrumentos como o morin khuur ( tipo de instrumento de cordas ), o tumur kuur ( espécie de harpa ) e o tsuur ( um tipo de flauta ) compõem os que os próprios integrantes definem como Hunnu Rock, uma alusão aos hunos, povo ancestral que habitou a Mongólia.

O primeiro álbum veio esse ano. Com o título de "The Gereg" ganhou três singles que ganharam grande repercussão e visualização pelo Youtube ( 30 milhões de visualizações ). As músicas "Yuve Yuve Yu" , "Wolf Totem"e "Shoog Shoog" são o cartão de boas vindas que os impulsionaram a excursionar por diversos festivais de música durante o ano.


The Hu - "Wolfe Totem"


The Hu - "Yuve Yuve Yu"





Helder Santos

sábado, 14 de dezembro de 2019

Punk São Paulo - Parte 01



O movimento punk surgido na segunda metade dos Anos 70, como se sabe, foi um agente revolucionário que ditou todos os costumes e os consumos de uma época. Trouxe toda uma nova visão da sociedade sob uma visão de inconformismo e rebeldia. Essa visão sob o ponto de vista do "Velho Mundo" é que é mais notada, mas o mundo é um lugar maior.

Juventude em grande concentração, centros urbanos com fortes disparidades sociais e ainda uma época de ditadura militar. O quadro social que vivia a megalópole de São Paulo era um cenário mais que perfeito para que a cultura punk florescesse não apenas como um fenômeno local, mas como uma força que expandisse em terras brasileiras.

A partir de 1.980 jovens de São Paulo e da região do ABC paulista emergiam das periferias com o discurso afiado e forte repressão por parte das autoridades. Apesar dos conflitos os punks paulistas começaram a ganhar apoio e incentivo no meio cultural quando o SESC Pompéia organiza em 1.982 um evento verdadeiramente desafiador.

"O Começo do Fim do Mundo" foi um Festival de dois dias e um álbum de registro. Trazia vinte bandas pioneiras, as primeiras a ter acesso a gravação em estúdio. Apesar da má qualidade da gravação e a confusão quase generalizada desses dois dias, o caminho estava trilhado e não tinha volta. Os punks paulistas heroicamente chegaram pra ficar.

Atrações do dia 27/11/82

Dose Brutal



Dose Brutal - "Maldita Cidade"



Psykoze



Psykoze - "Terceira Guerra Mundial"



Ulster



Ulster - "Hipócrita"



Cólera



Cólera - "Deixe a Terra em Paz"



Neuróticos



Neuróticos - "Careca"



M-19



M-19 - "19 de Abril"



Inocentes





Inocentes - "Pânico em SP"



Juízo Final





Juízo Final - "Liberdade"



Fogo Cruzado





Fogo Cruzado - "Punk Inglês"



Desertores






Desertores - "Não Quero"




Helder Santos

Punk São Paulo - Parte 02



Atrações do dia 28/11/82


Suburbanos



Suburbanos - "Era Suburbanos"



Passeatas



Passeatas - "Direito de Protestar"



Decadência Social



Decadência Social - "Decadência Social"



Olho Seco



Olho Seco - "Nada"



Extermínio



Extermínio - "Holocausto"



Ratos do Porão



Ratos do Porão - "Parasita"



Hino Mortal



Hino Mortal - "Desequilíbrio"



Estado de Coma



Estado de Coma - "Marginal"



Lixomania



Lixomania - "Punk Rock Não Morreu"



Negligentes




Negligentes - "Herói"



Helder Santos