the guitar world

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quarta-feira, 28 de setembro de 2016

Angelo Badalamenti

Angelo Badalamenti: maestro da música ambiente


    Compositor nascido em Nova Iorque vindo de uma família italiana, Angelo Badalamenti é um músico que há muito tempo vem contribuindo com sua música para muitos projetos voltados para a televisão e para o cinema. Desde que assinou a trilha sonora de "A Guerra de Gordon" em 1.973 com o pseudônimo de Andy Badale, caiu no gosto da cultura Pop atraindo diversos tipos de artistas de cinema e músicos de sucesso.

    O ano de 1.986 marcou a carreira de Angelo Badalamenti como o ano que o consagraria. Ao ser chamado para fazer a trilha sonora de "Blue Velvet" do diretor David Lynch teve a música tema interpretada pela atriz Isabella Rossellini. A forma particular e "cult" de trabalhar de Lynch combinou com o modo de compor de Badalamenti. A parceria se repetiria por diversas vezes.



Badalamenti & David Lynch; parceria duradoura de sucesso


"Dance Of The Dream Man" ( Twin Peaks )


    Em 1.990 o diretor David Lynch contata os serviços de Badalamenti para a trilha sonora da série Twin Peaks. O resultado foi um estrondoso sucesso mundial. A trilha sonora em sua maioria instrumental tinha algumas cantadas. Com a interpretação sempre triste de Julee Cruise,ainda Badalamenti conquista um prêmio Grammy de Melhor Pop instrumental pela música tema da personagem Laura Palmer.

    Fez a trilha sonora para a versão pro cinema de Twin Peaks ( "Twin Peaks: Fire Walk With Me" ),  "Lost Highway e "Muholland Drive", todos filmes de Lynch. Colaborou com vários projetos de outros músicos. David Bowie, Pet Shop Boys, Antharx e Siouxsie estão entre eles. Compondo para filmes até hoje, ainda compôs uma música para os Jogos Olímpicos de Barcelona de 1.992 chamada "Flaming Arrow".




"Blue Velvet" - Isabella Rossellini





Helder Santos

sábado, 24 de setembro de 2016

Aryana Sayeed

Aryana Sayeed: musa Pop afegã


    Aryana Sayeed nasceu no Afeganistão na capital Kabul. Aos oito anos muda-se para o Paquistão junto com sua família. Foi uma permanência breve,mudando-se em definitivo pra Europa, fixando a residência na Suiça. A carreira musical começou em 2.007 quando tinha se mudado mais uma vez, dessa vez para Londres.

    Fazendo uma música Pop bastante comercial e mainstream, Aryana Sayeed foi a primeira afegã a atingir esse nível de sucesso. Comparada a cantoras como Jennifer Lopez, foi preciso o sucesso vir de fora da sua terra para que ela fosse aceita dentro do seu País natal. Esse público foi conquistado após ela gravar uma canção chamada Pesarak. Outra música sua Dillan Tang Ast conquista um prêmio de melhor canção afegã.


Aryana: mistura do Pop e música tradicional


"Afhgan Pesarak"


    Os meios de comunicação abrem as portas para Aryana e em pouco tempo ela assina um contrato com a emissora 1 TV para apresentar um programa de entretenimento entrevistando artistas famosos. Programa de audiência alta, após a primeira temporada Aryana volta para Londres, mas por pouco tempo. Assinando com a Tolo TV, ela participa como jurada de um reality show de música chamado "A Voz do Afeganistão".

    Aryana Sayeed procura fazer sua música de forma sempre positiva,com mensagens otimistas. A reação dos afegãos a ela são mistas. Muitas mulheres a admiram pela canção Madare Afghan e muitos homens a odeiam por causa de sua cultura ocidental. Não raro ela é envolvida em polêmicas e alvo dos ditos "haters" pelas redes sociais. Como toda estrela do mainstream.


"Yaar-e-bamiani"




"Qasark"





Helder Santos






quarta-feira, 21 de setembro de 2016

Virginie

Virginie: uma das principais vozes femininas do rock nacional


    Virginie Boutaud ou simplesmente Virginie é uma cantora e também atriz brasileira com dupla nacionalidade francesa. Da cidade de São Paulo, foi descoberta pela TV Cultura aos treze anos em um programa educativo com aulas de francês para crianças. Seu rosto era muito veiculado a comerciais de televisão. Kibon, Nestlé, fitas BASF e diversas outras marcas a tinham como garota propaganda. Revistas de moda e para público adolescente também a tinham como modelo.

    Essa foi uma época de período escolar e nessa época juntou-se a outros quatro colegas de escola para formar a banda Gota Suspensa. Com a proposta de fazer um rock experimental com influências do rock progressivo lançaram um álbum homônimo em 1.984 aproveitando a fama de Virginie também como atriz, pois ela tinha atuado anteriormente na novela "Os Imigrantes".


Virginie a frente do Gota Suspensa


Gota Suspensa - Melodix


Metrô

    Uma mudança de direção sonora acabou por mudar os rumos da banda. Optando por um som mais acessível com influências das bandas da New Wave a  Gota Suspensa muda o nome para Metrô. Sucesso meteórico que produziu um álbum "Olhar"  de 1.985 que resultou em várias músicas de sucesso. O Metrô ainda é creditado em trilhas sonoras de filmes nacionais que renderam boas bilheterias como "Areias Escaldantes" e "Rock Estrela".

    Virginie sempre confessou admiração pela cantora Rita Lee e a chance de gravar uma música dela veio. "TiTiTi" que também era uma música de abertura de novela. Todo esse sucesso causou cansaço e por fim a banda meio que se dissolveu. O Metrô não acabou, mas resolveu tomar outros rumos menos comerciais. De Virginie acreditava-se partir para uma carreira solo.


Com o Metrô: auge da carreira


Metrô - "Beat Acelerado"


    Não é bem isso que acontece e pouco tempo depois ela ressurge a frente de uma outra banda em 1.988. Virginie & Fruto Proibido  que lançaria um álbum chamado "Crime Perfeito" e uma música de trabalho chamada "Más Companhias" incluída numa trilha sonora de novela. Apesar da boa receptividade, decisões pessoais acabam por botar um ponto final na carreira musical por um bom tempo.

Algumas tentativas de retornar pra música foram feitas como retomar com o Metrô em 2.002 ou fazer participações especiais com outros artistas. Somente em 2.014 Virginie retoma o Metrô para comemorar os cinquenta anos do colégio onde estudavam e também para celebrar os trinta anos da banda.


Virginie & Fruto Proibido


Virginie & Fruto Proibido - "Más Companhias"


Metrô 30 anos

Metrô 30 anos depois - "Sândalo de Dândi"





Helder Santos



sábado, 17 de setembro de 2016

Qoyllur Rit'i - A Festa da Estrela da Neve

Qoyllur Rit'i - uma das principais festas religiosas do Peru


    Qoylluriti é uma palavra que em quichua significa "estrela da neve" ou "neve brilhante". A ela se dá ao nome a uma das principais procissões religiosas do Peru. Realizada anualmente por seus habitantes na região de Cusco a 292 km da cidade. é celebrada nos dias que antecede o feriado de Corpus Christi na província Quispicanchis   distrito de  Ocongate.

    Todos os anos as aldeias da região enviam delegações que se locomovem a Capilla El Señor de Qoyllur Rit'i na base da montanha Sinakara, onde fica a aldeia Mawayany. A principal cerimônia é realizada no sopé do Monte Ausangate a mais de 4.700 metros acima do nível do mar. A festa costuma contar com a presença de mais de dois mil peregrinos.


Aos pés da montanha Sinakara


    Sob uma temperatura na média de quatro graus negativos, a procissão passa sob queima de fogos e os mercados simbólicos chamados Alacitas, uma espécie de feirinha de artesanato. Todo o ritual além do propósito religioso prega a interação do homem com a natureza, a fertilidade das terras e a crença na proteção dos Deuses, onde acreditam vir da constelação de Apus.

    A música se faz presente e tem profunda importância, pois ela acompanha os dançarinos que representam diferentes personagens míticos. São chauchos, qollas e ukkukus. Segundo a crença o menino Jesus aparecia para uma criança indígena de nome Maryanito Mayta. Uma amizade que gerou pânico. Ao tentarem capturar a criança encontraram somente uma pedra onde se fixaria a imagem do Señor de Qoyllur Rit'i.


QOLLAS - São nativos vindos de regiões mais distantes. Sua dança faz parte dos preparativos para a peregrinação e representam o dualismo, uma luta de conceitos.














UKUKUS  ( PABLITOS ) - Simbolizam criaturas divinas meio humanas, meio animais. Tem a cabeça coberta por um capuz e tem como missão disciplinar até as geleiras.















UKUKUS  ( QEROS ) - Os Qeros são um grupo étnico com descendência inca que tem a confiança de subir as geleiras da montanha, onde chegam a subir cerca de 6.362 metros. Vestidos de Ukukus também são chamados de dançarinos místicos. São os únicos com permissão para buscar a estrela da neve simbolicamente carregada nas costas em grandes blocos de gelo.


A peregrinação de  El Señor de Qoyllur Rit'i





Dança dos Ukukus





Helder Santos





sábado, 10 de setembro de 2016

47 Soul

47 Soul: mistura de ritmos árabes


    O 47 Soul é uma banda sem uma nacionalidade definida. Surgiram em Bilad Al Sham ou "Terra do Norte", uma área que hoje fragmenta-se em áreas da Síria, Líbano, Jordânia e Palestina. Essa composição tão diversa influenciou diretamente na formação do 47 Soul. O quarteto é formado por Z The People ( vocais e sintetizadores ), El Far3í ( derbakeh, vocais ), Walaa Sheit ( percussão, vocais ) e El Jehaz ( guitarra, vocais ).

    Z The People  é da Palestina, El Far3i é da Jordânia, Walaa Sheit é da Síria e El Jehaz é do Líbano. Estilos tão variados de cada um proporcionaram uma fusão de ritmos que conquistou o mundo árabe bem como outros lugares do mundo como a Europa e a Austrália. Inovadores, a mistura de música árabe e eletrônica superou e muito o rótulo de banda de World Music.


47 Soul ao vivo: "Shamstep"


    Há algum tempo radicado em Londres e passando a maior parte dividido entre Londres e Amã, o 47 Soul é uma banda que tem nos shows seu ponto forte. A mistura sonora, e a celebração no palco são chamados pela banda de "Shamstep", por sinal veio a ser também o nome  do primeiro EP.  Atualmente o 47 Soul se encontra em turnê pela Europa.

    O nome 47 Soul veio do Levante de 1.947 onde foi o último ano que os países da "Terra do Norte" tiveram antes de serem instituídos no Plano da ONU  para a partilha da Palestina. Um ano em que muitos conhecidos e avós dos membros do 47 Soul viveram, lutaram e testemunharam quais seriam as consequências futuras.



47 Soul - "Shamstep"


47 Soul - "Jahrusalem"





Helder Santos

sexta-feira, 9 de setembro de 2016

La Tlateh - O Rap Vindo da Síria

La Tlateh: o Hip-Hop engajado de Damasco


    A Síria atualmente é o País mais bombardeado do mundo. Segundo estimativas da ONU desde a Guerra Civil desencadeada em 2.011, de lá pra cá pereceram cerca de mais de 220 mil sírios. Mais de quatro milhões de sírios teriam se refugiado para países vizinhos como Líbano, Jordânia, Iraque e Turquia. Quase 70 mil sírios entraram em território europeu em busca de refúgio.

   Diante de tamanha realidade a expressão musical na Síria tende ao escapismo, mas há quem não deixe passar em branco toda a dor e amargura de uma nação como é o caso do La Tlateh, um duo de MCs formado por Bu Kolthoum e Watar. Dupla vinda da capital Damasco usa do Rap e do Hip-Hop para fazer duras críticas aos conflitos contínuos da região.


Bu Kolthoum é MC e mentor do duo

    O duo La Tlateh hoje vive como refugiado em Amã na Jordânia. Bu Kolthoum que em situação de exílio em outro País passaria a conviver com a depressão, trabalhou arduamente em seu primeiro álbum intitulado "Inderal", nome do remédio mais conhecido como propanolol. Mais recentemente fez uma parceria com a rapper libanesa Malikah e está trabalhando no segundo álbum.




La Tlateh - "Boom Boom Bam"





Helder Santtos



terça-feira, 6 de setembro de 2016

Sonita Alizadeh

Sonita Alizadeh: de noiva prometida a rapper ativista


    Pode-se dizer que Sonita Alizadeh é dessas pessoas que conseguiram transformar sua história de vida em música. Nascida no Afeganistão sob o regime do Taliban, ela se viu na condição de noiva prometida com apenas dez anos. No entanto sua família prefere fugir do País, indo para o Irã e Sonita descobre cedo uma vida difícil cheia de responsabilidades.

    Nesse tempo ela conheceu o Rap e influenciada por Eminem escreve suas primeiras canções. Através de uma competição ganhou um prêmio de mil dólares que dado a sua mãe acabara voltando para o Afeganistão. Quando Sonita completou dezesseis anos apareceu um homem interessado em comprá-la. Sua mãe queria vendê-la ao pretendente por nove mil dólares.


"Brides For Sale" ( "Noivas Para Venda" ) - impacto internacional


    Um documentarista iraniano chamado Roklsareh Ghaem Maghami estava documentando a história de Sonita em um filme homônimo. Pediu um tempo de seis meses a mãe dela antes do casamento se consumar pagando dois mil dólares. Tempo livre que Sonita gravou "Brides For Sale" e o vídeo da música teve grande repercussão internacional.

    Uma organização sem fins lucrativos chamada Strongheart demonstrou grande interesse nela a ponto de custear sua vinda aos Estados Unidos. Atualmente continua morando lá na cidade de Utah, estudando e escrevendo canções. O documentário Sonita tem rodado por alguns festivais de cinema sempre com críticas positivas e Sonita Alizadeh tem sido uma referência de mulher no combate a relacionamentos forçados.


Sonita Alizadeh - "Brides For Sale"





Helder Santos



sábado, 3 de setembro de 2016

Catherine Anne Davies

Catherine Anne Davies: revelação no cenário alternativo


    Catherine Anne Davies é uma agradável surpresa no cenário musical nesses últimos anos. Vinda do País de Gales, também é conhecida com o nome de Catherine AD, forma que ela costumava usar na primeira fase de sua carreira. Multi-instrumentista e PHD em literatura, começou a aparecer em 2.009 colaborando em apresentações com a Orquestra Filarmônica de Londres.

    Como Catherine AD lançou em 2.011 um pequeno álbum chamado "Communion"  que fazia uma releitura para várias músicas de sucesso de artistas como Tracy Chapman, Nina Simone entre outros. A forma com que trabalha mostrou que ela tem influência de artistas como David Bowie, Prince, Tori Amos, Kate Bush e The Carpenters.


Em turnê com o Simple Minds


Catherine & Simple Minds - "Real Life"


Anchoress

    Com músicos de apoio formou o The Anchoress, banda formada em 2.013 com colaboração e produção do músico Paul Draper.A visibilidade de singles como "Whats Go Around" e "One For Sorrow" de 2.014 a credenciaram para um importante papel. No fim do ano os escoceses do Simple Minds estavam retornando com trabalho novo, uma série de shows e a convidaram.

    Coube a Catherine Anne Davies a função de backing vocal, porém contribuiu mais tocando guitarra e teclado. No começo de 2.016 enfim é lançado o aguardado primeiro álbum do The Anchoress. Com o título de Confessions Of A Romance Novelist e a produção de Paul Draper que também divide os vocais na música "You And Only You".




The Anchoress - "One For Sorrow"


 Mais recentemente Catherine Anne Davies tem sido vista em shows de bandas como Manic Streets Preachers. Pouco depois de lançado o mais recente single do The Anchoress "Doesen't Kill You" foi anunciado que o segundo álbum será produzido a partir de Outubro desse ano. A produção será de Bernard Butler do Suede.


The Anchoress - "You And Only You"





Helder Santos